Vá devagar

Não é fácil notarmos o quanto somos pressionados pela sociedade. Mas, certamente, podemos sentir os reflexos causados por contínuas cobranças que recebemos e aceitamos no dia a dia.

Um bom exemplo é a pressão social para leitura. Quando visitamos uma livraria ou biblioteca, logo surge um sentimento de condenação por existirem tantos livros que ainda não lemos. Uma infinidade de conhecimento à qual ainda não nos dedicamos em buscar, e ainda afirmamos para nós mesmos o quanto somos relapsos em adquirir mais e mais informação. O mercado de trabalho exige que saibamos todas as notícias mais importantes do dia logo nas primeiras horas da manhã, que estejamos sempre atualizados instante após instante. E como faremos isso? Lendo os jornais, revistas ou sites de notícias, livros, periódicos, e etc. Existe, só no aspecto da leitura, uma incrível carga que nos é imposta até em nossos momentos de lazer, pois é um momento que poderíamos, claro, estar lendo ao menos mais um livro.

Há também uma outra forma de pressão que, ao contrário da anterior, não é implícita. Declaradamente, somos questionados sobre como aproveitamos o nosso tempo. O mundo de hoje exige o cumprimento de prazos estritos mesmo para aqueles que possuem prazos flexíveis. O que, de fato, acarreta uma enorme tensão e a busca por fórmulas e jeitinhos que nos permitam acelerar o aproveitamento de cada momento. Na verdade, ninguém observa o que diz o ditado: a pressa é inimiga da perfeição. É exigido um trabalho perfeito, mas não se flexibiliza o tempo.

Para observar como isto ocorre é bastante analisar como estar a produção da música pop atual. As gravadoras colocam uma agenda de compromissos e de trabalhos a serem realizados por seus artistas. O que acontece em seguida é uma busca pela montagem de um trabalho artístico, por exemplo um disco que deve ser lançado em um determinado tempo, que não trará algo de muito inovador, já que o músico não terá tanta liberdade e tempo para dar o seu melhor. E o que temos ouvido é uma repetição de fórmulas e um grande número de regravações e nada de inovação.

Se realmente, queremos fazer algo de qualidade, que possa marcar a nossa vida e a de quem amamos, e até mesmo de quem nem imaginamos, devemos tomar para nós o nosso tempo. Ele deve ser, principalmente, dedicado em projetos que nos permitam desfrutar de momentos de alegrias com quem importa na nossa vida. De que adiantaria o bem estar social, se o nosso coração está solitário? Se o nosso sucesso significar solidão? Se, de fato, for um projeto que tenha um grande valor, não queira concluí-lo em pouco tempo. Vá caminhando em pequenos passos, mas que sejam sólidos, que sejam bem pensados, que reflitam o nosso melhor, pois afinal a pressa é, sempre, inimiga da perfeição.

Estar pronto

Ontem à noite, voltei cedo para casa a fim resolver alguns assuntos um pouco urgentes, problemas às vezes inesperados. Com um pouco de paciência, em pouco tempo estava tudo resolvido. E logo, fiquei sem ter o que fazer até me convencer de ir descansar. Resolvi, então, assistir televisão.

Assisti ao filme "Colateral" de Michael Mann, com Tom Cruise e Jamie Fox. O filme é bom, e foi muito interessante notar como minhas emoções oscilavam de forma brusca em tão pouco tempo, principalmente por ser um filme muito tenso. Também assisti um episódio de Arquivo Morto (Dead File). Novamente, vi surgir uma tempestade de emoções e uma vontade intensa de poder intervir em tudo o que se passava na estória daquele episódio. Normalmente, Arquivo Morto trata muito de personagens que tem relacionamentos que envolvem confiança, amizade, amor e a quebra disso tudo.

Ao terminar a programação, fui para o meu quarto e comecei a meditar em tudo o que vi se passar naquele tempo. Também pensei em alguns momentos do dia e como tinha solucionado tão facilmente o sério problema que minha Tia passava - ela mora o exterior e veio nos visitar, e ao tentar usar o seu cartão, descobriu que ele estava bloqueado, isto era uma situação grave, mas depois de algumas ligações, tudo estava solucionado. De tudo o que houve, a conclusão a que cheguei foi a seguinte: por mais que a situação seja crítica, não importa o quanto já tenhamos passado por situações difíceis em nossa vida, o que realmente fará diferença é quão pronto estará o nosso coração.

Na vida passaremos por muitas situações que fogem ao nosso controle. E, com certeza ,quanto mais planejados forem nossos momentos, mais sentiremos o impacto que a ausência de controle nos trará. De fato, é terrível quando nossos planos saem do desejado, mas o que manterá a possibilidade de resolvermos a situação de forma agradável é se tivermos um coração que saiba compreender que não temos o controle de tudo, que devemos estar atentos aos sentimentos de quem está ao nosso redor e, acima de tudo, que compreenda que estamos sujeitos a dependência do tempo. Precisamos ser pacientes e sempre que possível manter a atenção sobre nossas atitudes, ao invés de permitir que a situação é que tome conta de nós.

Não devemos nos enganar pensando que podemos esperar que no momento certo nosso coração estará pronto, ele não estará, a menos que tenhamos um cuidado diário com ele. Devemos desenvolver o hábito de termos ouvidos para o que as outras pessoas dizem sem palavras. Devemos diariamente perceber que o tempo será a nosso favor se soubermos manter nosso coração sensível e sereno em cada momento.

TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar. Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim. Eclesiastes 3.1, 10 e 11

O que esperar do amanhã?

Dois dias se passaram desde a minha primeira postagem. Muitas idéias me vieram a mente e desejei escrevê-las todas. Mas neste intervalo de tempo, pude, também, refletir sobre estas idéias e sobre meus sentimentos. De forma serena pude perceber o que acontecia dentro de mim.

Enquanto minhas emoções oscilavam, desejando que tudo voltasse a ser como era antes, que meus sentimentos fossem correspondidos, que tudo ocorresse como planejamos, e que não podia desistir de meus sonhos - principalmente, que abrir mão de um desejo para mim era o mesmo que aceitar o fracasso. Com toda a ansiedade que estes sentimentos me causam, percebi que deveria continuar a agir de forma sensata, continuar a fazer minhas tarefas habituais, e isso foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Percebi que a única mudança ocorria no meu interior. Minhas aulas ainda são as mesmas - e as provas também! -, o ônibus ainda chega em seu horário... a vida segue o seu curso! Se eu continuasse a ocupar meus pensamentos em compreender o que deu errado, apenas eu ficaria para trás.

Tendo isso claro em minha mente, compreendi que às vezes nós temos que apenas aceitar fatos em nossa vida e mudar ao curso dela, pois o tempo não espera que solucionemos todos os nossos problemas para, então, avançar. Cabe a nós uma mudança de rumo. Se por um caminho não deu certo, tentemos em outro! Não podemos perder o precioso - e curto - tempo de nossa existência nos preocupando com o que não foi e atrasando o que será.

Isso não quer dizer, necessariamente, que desistimos de nossos sonhos, mas, sim, que entendemos que ele se realizará de forma e com um tempo diferente do que planejamos. Temos que apenas mudar algumas metas. Sim, mudar de metas!

Metas são pequenos passos que tomamos para que possamos realizar nossos sonhos. Segundo John Haggai, nossas metas deve ser "específicas, mensuráveis, atingíveis, realistas e tangíveis", o que significa que são os pequenos esforços que nos levarão às grandes realizações. Mas elas devem ser flexíveis, obedecer ao tempo e às possibilidades. Metas podem mudar, não o sonho. As metas devem se adequar ao presente, de modo que possamos dar um passo, mesmo que seja menor do que esperamos. O importante é o nosso objetivo maior, que nunca deve sair do foco de nossa existência.

O cumprimento, ou não, de metas nos dá a clareza de como estamos no caminho de nosso objetivo. Elas serão nossas amigas no decorrer de nossa vida em função de nosso sonho. Passo à passo nos dirão o que deve ser mudado.

Uma boa dica é: escreva o seu objetivo! Mas não em uma linha! Peter Daniels, de Adelaide - Austrália, disse que se temos um potencial e não conseguimos escrevê-lo em no mínimo cinqüenta páginas, este potencial não é claro para nós, poucas palavras poderiam ser "insignificantes". Mas vamos a um passo por vez.

Qual é sua meta para amanhã??

Um novo dia

Hoje não foi um dia fácil, eu confesso. Mas eu passei a entender que é uma decisão pessoal permanecer firme nas metas que estabelecemos. Devemos algumas vezes rever nossas metas, é claro. E isso muitas vezes é doloroso. Principalmente, quando temos que abrir mão de algo que desejamos muito... isso dói muito, mas não vamos parar! Amanhã será um outro dia, cheio de novas oportunidades e caberá a nós - no caso, a mim (hehehe) - escolhermos lamentar o dia de ontem, ou viver o dia de hoje. Eu prefiro viver! Como disse Jack London: "Prefiro ser cinzas do que pó. Prefiro ser um soberbo meteoro, todo átomo em magnífica explosão do que um planeta eternamente adormecido. A verdadeira função do homem é viver, e não apenas existir. Não gastarei meu tempo tentando prolongar este tempo, usarei este tempo, todo o tempo, para viver."

Então, vamos à luta!

"Remindo o tempo..."
Efésios 5.16